domingo, 5 de junho de 2011

5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente



  Aproveito a data para propor uma reflexão a partir do artigo que o Jornalista Claudio Wurlitzer publicou no seu livro de Educação Ambiental, em 2009, que me foi enviado por e-mail.

Nós e o meio ambiente ou nós no meio do ambiente?
Se a pessoa não se sente parte integrante da natureza, não sentirá o menor problema de consciência em degradá-la. Quando o assunto é meio ambiente, muitas e complexas são as questões. E, partindo do princípio de que as ações de Educação Ambiental são essenciais para que aconteça a mudança de comportamento, seja na problemática da escassez dos recursos hídricos ou na destinação dos resíduos sólidos, apenas para citar dois exemplos, é primordial que se tenha em mente que o gerador desses problemas é o ser humano. E aí, se a pessoa vê o meio ambiente apenas como algo para admirar e se mantém à distância, não se sentindo integrado a esse espaço natural, não hesitará em danificar uma fonte de água ou jogar lixo em qualquer terreno baldio e até atear fogo nele.
Se o sujeito apenas contempla a natureza, se admirando de suas belezas e por vezes achando um pouco estranho um desmatamento ou um arroio sendo chamado de valão, sem esquentar a cabeça, não terá preocupações ao ajudar a degradar o que até acha belo. Não consegue ficar indignado diante de um crime brutal, de uma floresta devastada. Logo, deve achar muito normal empilhar lixo doméstico, galhos de árvore e até sofá na beira da estrada ou em qualquer terreno baldio.
Assim compreendendo este ponto de partida em busca de mudanças de comportamento, também precisa ficar evidente que a natureza é palco e cenário das relações que tem no ser humano um de seus principais atores. Por mais que seja falado em mundo globalizado, os exemplos mostram que as atitudes e muitos projetos enxergam o Planeta de forma fragmentada, como se não existissem interligações entre os recursos naturais, a sociedade e o ambiente construído, a cidade. O mundo lá fora começa na porta de casa!
Quando se deseja um sistema integrado que discuta e encontre as melhores alternativas para o destino final dos resíduos, fica difícil conviver com erros primários de projetos ambientais desconectados do todo, desprezando que na outra ponta tem gente desinformada ou mais preocupada apenas em não passar fome. O mesmo acontece com a defesa da água. Pouco importa a um chefe de família, convivendo com um córrego de esgoto no pátio de casa, se longe dali a nascente do rio está sendo destruída. Ele enxerga aquilo que sente.
Colocando a reflexão para o município de Gravataí, vê-se o quanto já foi dito e feito pela defesa do meio ambiente. Mas, mesmo assim, sabe-se que muito mais ainda carece de uma construção. Construção essa que só tem sentido quando efetivada coletivamente. Ou seja, não pode acontecer uma mudança de comportamento, imaginando-se mais respeito aos recursos naturais sem contar com o pensar e o agir da população. Ela precisa subir ao palco e fazer parte da peça, sendo protagonista, não ficando no papel de mera expectadora, que ora aplaude, ora parece não entender o enredo da história que até ajuda a escrever.

Claudio Wurlitzer
Jornalista - Ambientalista - Gravataí.

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